Por alexandre bastos, em 15-03-2013 - 20h01
Prefeita disse que palanque não é rosa / Foto de Eduardo Prudêncio
Durante o seu discurso no ato em defesa
dos royalties e da Constituição, a prefeita Rosinha Garotinho (PR)
ressaltou que não se tratava de um ato do seu grupo político. “Este
palanque não é cor de rosa. Precisamos estar unidos para fazer valer a
Constituição”, frisou a prefeita.
Oposição desceu do palanque
— Porém, após duros ataques dos aliados da prefeita Rosinha ao PT e ao
governador Sérgio Cabral (PMDB), os quatro vereadores da oposição
(Marcão, Rafael, Fred e Nildo), desceram do palanque. “Participamos do
ato na Câmara e da caminhada. Porém, aqui na Praça, os discursos ficaram
muito políticos. Culparam o PT, o governador e não era esse o espírito
da manifestação”, disse o vereador Marcão (PT), que ao lado dos três
colegas de bancada, desceu do palanque.
Vereadores da oposição desceram do palanque / Foto de Eduardo Prudêncio
Feijó disparou — Um dos
discursos mais duros da ala governista foi o do deputado federal Paulo
Feijó (PR). “Já que perdemos a batalha política, agora eu posso revelar
que o primeiro inimigo de Campos é o PT de Lula e o segundo inimigo é o
governador Sérgio Cabral”. Outro que não poupou críticas ao governador
foi o deputado estadual Geraldo Pudim (PR), que apontou Garotinho como o
principal guerreiro na batalha pelos royalties.
A deputada estadual Clarissa Garotinho
(PR) disse que o governador e o vice-governador foram convidados.
“Sempre que ele convida o nosso grupo participa dos atos. Porém, agora,
mesmo sendo convidados, Cabral e Pezão não vieram. Trata-se de um
desrespeito ao povo de Campos”, disse a parlamentar.
Para Fred Machado, a política deveria ter
ficado de lado. “Descemos do palanque quando constatamos que tinha
gente transformando o ato em campanha eleitoral. Atacavam adversários,
defendiam aliados e se esqueciam de ressaltar a importância da união de
todas as forças políticas da nossa cidade”, disse Fred, que discursou no
trio elétrico que estava na frente da Câmara. “Até lá estava tudo
dentro do planejado. Porém, teve gente que se empolgou e politizou
tudo”, disse.
Em seu discurso na frente da Câmara, o
vereador Rafael Diniz frisou que, nesta luta, não existem salvadores da
pátria. “Essa batalha não pode ser vencida por uma única pessoa.
Trata-se de uma luta antiga. Estou aqui representando a história da
minha família. Essa luta pelos royalties também foi travada pelo meu avô
Zezé Barbosa e pelo meu pai, o ex-vereador e ex-deputado Sérgio Diniz.
Assim como eles, milhares de campistas lutaram no passado e hoje estamos
aqui deixando claro que o petróleo é de todos, mas os royalties são
nossos”, afirmou.
Além da prefeita Rosinha, o ato contou
com os deputados federais Paulo Feijó (PR) e Anthony Garotinho (PR), os
deputados estaduais Geraldo Pudim (PR) e João Peixoto (PSDC) e a
deputada Clarissa Garotinho (PR). Vereadores e secretários de municípios
da região também participaram do evento, assim como representantes da
sociedade civil organizada.
Representando o prefeito de Quissamã,
Octávio Carneiro (PP), a vereadora Kitiely Freitas (PR) desabafou. “Não
podemos aceitar certos absursos com passividade. Essa luta é do povo de
toda a região e a Constituição precisa ser respeitada”, discursou.
Deputado cita Constituição e lembra de assinatura em 1985 —
Frisando o tempo todo que a Constituição não poderia ser ignorado,
Garotinho fez um alerta. “Primeiro eles fazem isso com os royalties.
Depois, eles podem resolver alterar até o 13º salário. O fato é que
Renan rasgou a Constituição. Não podemos permitir este absurdo”, disse
Garotinho, que se lembrou da assinatura da Lei dos Royalties, em 1985.
“Eu tinha 27 anos e estava aqui. O prefeito era Zezé Barbosa e o
governador Leonel Brizola. Foi tudo aqui, ao lado do povo”, contou.
Quantas pessoas? — De
acordo com o site da Prefeitura, mais de 30 mil pessoas participaram do
ato. Já a Polícia Militar diz que entre 15 e 20 mil pessoas estavam
presentes.