A importância de integrar tecnologias no trânsito |
*Ricardo Simões
Estudos apontam
que em 30 anos é possível que o trânsito, como conhecemos hoje, seja
completamente extinto. Em um futuro próximo, será possível imaginar uma
integração maior dos diversos modais no transporte urbano com as vias.
O transporte coletivo será o principal meio de deslocamento e quem
comprar uma passagem poderá fazer um trecho de ônibus, outro no metrô e
terminar a viagem em uma unidade de alugueis de carro, por exemplo.
Se
fosse possível fazer uma fotografia do trânsito do futuro,
provavelmente, a imagem teria alguma forma híbrida entre transporte
público e veículos particulares. Já há algumas iniciativas nos dois
sentidos: carros como forma de serviço e também a integração entre
veículo próprio e o transporte público, que faz parte do conceito Dual Mode Vehicle;
ou então o próprio veículo sendo parte do transporte público, como um
vagão dentro de um grande sistema de trens ou metrôs. O certo é que as
diversas formas de veículos existentes, tenderão a convergir para um
modelo de convivência mais harmoniosa em prol da melhoria da qualidade
de vida nas cidades.
Além
disso, problemas como engarrafamentos e acidentes de trânsito serão
minimizados através de planos de mobilidade mais maduros. O automóvel,
por exemplo, apesar de um componente muito importante no trânsito, não
será o principal. É provável que as cidades sejam transformadas, à
medida do tempo, com a adoção dos novos modelos de deslocamento,mais silenciosos, menos poluentes, mais econômicos e sustentáveis.
Diversas
tecnologias estão sendo desenvolvidas para diminuir e até extinguir os
problemas de trânsito tão comuns nas metrópoles do mundo. As novas
técnicas tornarão as cidades mais inteligentes e ajudarão as metrópoles a
vencer problemas não só de trânsito, mas também de segurança e
urbanismo. Os centros de controle, carros inteligentes e a automatização
da condução são exemplos do que estará presente para o trânsito do
futuro.
Neste
contexto, a fiscalização das condutas continuaria tendo seu valor. No
entanto, com o maior controle dos veículos através do IOT (Internet of Things) – que permite a interligação de objetos do mundo real com o mundo virtual por meio de sensores – e
outras tecnologias, os modelos de fiscalização passem a ser preventivos
ao invés de punitivos/corretivos. Com a sinergia entre os modelos de
veículos do futuro, a integração entre os modais e meios de transporte
público talvez tenhamos uma transformação mais efetiva do comportamento
do cidadão.
É
natural que, para sua entrada em nosso dia a dia, tais iniciativas
dependam de estudos mais profundos e aprimoramento. No entanto, é fato a
necessidade de toda uma infraestrutura conceitual e de integração,
desenhada através de protocolos e padrões para que se possa extrair o
melhor dessa diversidade de tecnologias. Para isso, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através de seu grupo de estudos -
CEE-127, que trata dos Sistemas Inteligentes de Transporte (ITS) – ações
de gestão de trânsito que integram diferentes tecnologias para controle
e melhoria da mobilidade –, trabalha no intuito de consolidar os
parâmetros mínimos de interoperabilidade e funcionamento de todo o
escopo que compreende o tema ITS.
*Gerente de produtos da Perkons e membro da Comissão de Estudos de ITS da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
Mariana Simino - Grupo Excom - outubro 2015