O governador Sérgio Cabral (PMDB) avisou à
presidente Dilma Rousseff que “se for preciso, irá à Justiça”, para
impedir que o governo de São Paulo aproveite águas do Rio Paraíba do
Sul, ou do seu afluente, Jaguari, para reforçar os reservatórios do
sistema Cantareira, em São Paulo, que está com sua capacidade de água
quase esgotada, prejudicando a população paulista.
Cabral disse à presidente ainda que os
órgãos técnicos do Rio ligados ao setor vão elaborar “todos os estudos
possíveis” para impedir que seja aprovado qualquer projeto que
estabeleça ajuda a São Paulo, usando água do rio paraíba do Sul. Cabral
aproveitou a audiência com a presidente Dilma, agendada para apresentar
um pedido de tropas federais para ajudar na segurança do Estado, abalado
pelos ataques dos criminosos à polícia militar, nos morros pacificados,
para advertir ao Planalto sobre sua disposição de não permitir que as
águas da bacia do rio Paraíba sejam usadas para ajudar os paulistas.
Na reunião, Cabral fez questão de dizer
que “respeita o governador Geraldo Alckmin, mas esta falta de água no
estado é um problema de gestão dele e não do Rio de Janeiro”. E teria
reiterado ainda que não vai permitir que a população de situação de seu
estado seja prejudicada. A presidente Dilma Rousseff não vai entrar
diretamente na disputa entre Cabral e Alckmin. Ela não quer incentivar
esta guerra deflagrada entre os dois estados, que poderá ganhar
proporções ainda maiores, em um ano eleitoral.
A recomendação da presidente Dilma foi
para que a Agência Nacional de Águas (ANA) apressar os estudos
existentes para que se resolva a questão. Só que, de acordo com
informações obtidas na ANA, o governador de São Paulo ainda não
apresentou nenhum novo estudo à agência pedindo a aprovação de qualquer
projeto capaz de resolver o problema de abastecimento de água nos
reservatórios do sistema Cantareira. O entendimento do governo federal é
que a ANA tem de encontrar uma solução técnica que solucione o
problema, sem agravá-lo politicamente.
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